sexta-feira, outubro 24, 2008

Ainda

Ainda tem essas reticências que se espalham por meus escritos...
Ainda tem a Lua no céu, grande, linda e brilhante, mágica, misteriosa, envolvente...
Ainda tem essa brisa na varanda, um café à noite, um passeio no frio, uma sopa quente...
Ainda tem aquelas crianças que cresceram comigo e brincam com a criança que nunca deixarei de ser...
Ainda tem aquelas lágrimas que rolam despercebidas no meio de uma cena emocionante...
Ainda tem uma saudade do que foi e do que nem ainda é, às vezes até do que é e continua sendo...
Ainda tem um cheiro de terra, uma chuva fina, desenhos nas nuvens, um céu por trás de tudo...
Ainda tem aquela vontade que não se arvora vontade mas tem vontade de se arvorar...
Ainda tem aqueles sonhos esquecidos, lembrados sempre diante das ondas do mar...
Ainda tem uma certeza de que fui o que não acho mais que sou mas que sei que serei sempre...
Ainda tem essa confusão diante do tempo, misturando o presente do passado no futuro do pretérito, tudo tão perfeito, às vezes imperfeito e, quando muito, mais-que perfeito...
Ainda tem esses três pontinhos que coloco depois de tudo que sinto...

Um comentário:

Anônimo disse...

Para todo esse "ainda", ainda há palavras. Ainda há vida. Ainda há palavras, então ainda há poesia. Haverá "ainda" enquanto houver vida. Ainda bem que sempre haverá "ainda".