Vou tentar explicar de novo...
Quero viver minha vida de fora para dentro. Tudo tem que ser exatamente como eu consigo perceber. Ou sentir ou imaginar, pouco importa o que é tudo isso aqui dentro, realidade ou ilusão, quando a dor que imagino dói de verdade.
Eu não acredito em estabilidade, a vida é feita de crises e conflitos. Não acredito em energia, equilíbrio, essa besteira imensa de "lado espiritual", a alma ou o que valha, vida depois da morte, providência, não acredito em planos. Mas sei que tudo não é só material. Eu diria humildemente que meu corpo é matéria, o hardware, e que o que não é corpo é a mente, o pensamento, a imaginação, a representação ou sei lá o que, o software. E software é o que eu xingo e hardware é o que eu chuto.
Meu DVD de músicas antigas atesta que o tempo passou, trago na coleção de coisas que junto a prova de que fui criança, adolescente e que essas coisas envelheceram comigo. O que eu tenho de novo já é tão mais velho do que qualquer novidade que possam me apresentar.
Ou talvez eu não tente mais explicar, essa é a questão. Eu permaneço em pé com a teimosia e a fúria de um revoltado, com a garra de um guerrilheiro, e não sei disso. Talvez eu nunca tenha de verdade perdido a tranquilidade, e talvez eu seja mesmo forte. Mas só eu posso saber o cansaço que isso dá, o quanto custa manter tudo isso, os poucos lucros e os grandes prejuízos por ser assim e de me manter assim.
Eu tenho muito o que fazer. Já pensei tudo, já disse tudo. Agora tenho que fazer. Quase posso dizer que também não acredito mais em sonhos. Eu não vou endurecer meu coração, nunca. Eu nunca vou querer perder a emoção de estar vivo e viver a cada instante. Mas não me fio em esperanças, essas ilusões de que todas as coisas podem ser exatamente o que elas não são.
Então não tenho e nunca terei nenhuma mensagem de vida, lição de vida, eu também estou aprendendo e só posso falar do que consigo aprender. Não alimento esperanças em mim e nem alimentarei as esperanças de ninguém.
Sinto o peso de ser transparente como sou, ainda que confuso e hesitante, de ser sincero, ainda que me engane, que seja passional e impaciente. O que preciso aprender de uma vez por todas é fazer e aceitar o absoluto silêncio.
Que me julguem mais inteligente e interessante do que eu realmente posso ser, mais amigo e companheiro, eu direi sempre que sou só isso, que é sempre bem menos do que julgam ou imaginam. Isso que vêem em mim é o máximo a que posso chegar...
Agora preciso voltar a ler e escrever poesia, tenho dois blogs para alimentar. Preciso ler toda a literatura que não li ainda, toda a mitologia, que há ainda um outro blog para alimentar. Eu estou vazio de alguma coisa em mim e preciso alimentar de qualquer forma o que quer que seja este estar no mundo.
Eu preciso me alimentar. E meu alimento só eu sei preparar.
Quero viver minha vida de fora para dentro. Tudo tem que ser exatamente como eu consigo perceber. Ou sentir ou imaginar, pouco importa o que é tudo isso aqui dentro, realidade ou ilusão, quando a dor que imagino dói de verdade.
Eu não acredito em estabilidade, a vida é feita de crises e conflitos. Não acredito em energia, equilíbrio, essa besteira imensa de "lado espiritual", a alma ou o que valha, vida depois da morte, providência, não acredito em planos. Mas sei que tudo não é só material. Eu diria humildemente que meu corpo é matéria, o hardware, e que o que não é corpo é a mente, o pensamento, a imaginação, a representação ou sei lá o que, o software. E software é o que eu xingo e hardware é o que eu chuto.
Meu DVD de músicas antigas atesta que o tempo passou, trago na coleção de coisas que junto a prova de que fui criança, adolescente e que essas coisas envelheceram comigo. O que eu tenho de novo já é tão mais velho do que qualquer novidade que possam me apresentar.
Ou talvez eu não tente mais explicar, essa é a questão. Eu permaneço em pé com a teimosia e a fúria de um revoltado, com a garra de um guerrilheiro, e não sei disso. Talvez eu nunca tenha de verdade perdido a tranquilidade, e talvez eu seja mesmo forte. Mas só eu posso saber o cansaço que isso dá, o quanto custa manter tudo isso, os poucos lucros e os grandes prejuízos por ser assim e de me manter assim.
Eu tenho muito o que fazer. Já pensei tudo, já disse tudo. Agora tenho que fazer. Quase posso dizer que também não acredito mais em sonhos. Eu não vou endurecer meu coração, nunca. Eu nunca vou querer perder a emoção de estar vivo e viver a cada instante. Mas não me fio em esperanças, essas ilusões de que todas as coisas podem ser exatamente o que elas não são.
Então não tenho e nunca terei nenhuma mensagem de vida, lição de vida, eu também estou aprendendo e só posso falar do que consigo aprender. Não alimento esperanças em mim e nem alimentarei as esperanças de ninguém.
Sinto o peso de ser transparente como sou, ainda que confuso e hesitante, de ser sincero, ainda que me engane, que seja passional e impaciente. O que preciso aprender de uma vez por todas é fazer e aceitar o absoluto silêncio.
Que me julguem mais inteligente e interessante do que eu realmente posso ser, mais amigo e companheiro, eu direi sempre que sou só isso, que é sempre bem menos do que julgam ou imaginam. Isso que vêem em mim é o máximo a que posso chegar...
Agora preciso voltar a ler e escrever poesia, tenho dois blogs para alimentar. Preciso ler toda a literatura que não li ainda, toda a mitologia, que há ainda um outro blog para alimentar. Eu estou vazio de alguma coisa em mim e preciso alimentar de qualquer forma o que quer que seja este estar no mundo.
Eu preciso me alimentar. E meu alimento só eu sei preparar.