quinta-feira, abril 16, 2009

16 de abril de 2009 - 23:57

Você não tem mais vinte e sete anos. E daqui a pouco vai ter trinta e vai ser uma "balzaquianinha". Estou longe da cidade, mas afinal de contas um pouco de tecnologia ajuda a qualquer um a fazer o que quiser. Um lap top e um pen drive são suficientes para rascunhar isso. E continuar depois com os devidos acréscimos.
Acho que esgotei tudo o que tinha para dizer para você e de você. E quando a gente chega nesse ponto não significa que se conhece demais ou que tudo ficou previsível. Muito pelo contrário, tudo ficou pleno, e de tão completo que vem a ser, qualquer coisa que se acrescente vai ser mero acidente. Mas acho que ainda cabem alguns elogios, ainda que saiam acidentalmente e mesmo que você nem precise ouvir, não importa, porque a questão é que eu preciso dizer e vou precisar sempre.
Então esse ponto é uma espécie de cume, no qual se chega e não se tem mais para onde ir. A não ser descer para subir novamente, pelo simples prazer de reconhecer tudo que se conhece ou prestar mais atenção a detalhes que porventura tenham passado despercebidos.
Não sou mais capaz de imaginar a minha vida sem você. Isso não tem e nem teria o menor sentido. Nada de rotina ou coisas vulgares do cotidiano, trata-se do prazer de uma convivência que se torna imprescindível e indispensável. E que se sabe a priori que não tem razão de isso ser de outro jeito.
Sim, eis que temos de arcar com o ônus de não precisar solenemente começar uma conversa, porque parece que a conversa sempre continua, aumentadas de suas atualizações e repetidas de temas que voltam sempre com uma abordagem nova, oriundas do amadurecimento.
Assim sendo, digo que quem passou por sua vida e não pegou uma carona é um completo imbecil, quem virou com você uma madrugada ou outra, ou conversou mais de três ou quatro horas (ou seis ou sete), quem foi mais de uma vez com você ao cinema ou à praia, quem andou com você à noite, encimado por um céu enluarado as ruas do Centro, a Paulista ou a Augusta, quem com você deu boas risadas, quem fez isso ou um pouco mais e não quer mais disso, deve ser alguém que não gosta lá muito de se sentir bem.
Pena que encerro minha mania de tecer loas a você, por simples falta de palavras, até que se invente um jeito novo de dizer as mesmas coisas boas, ou o que é melhor, até que eu seja capaz de descrever de outro modo tudo isso que sei somente sentir como um dos poucos e maiores prazeres que tenho para justificar que vale a pena estar vivo, acordar todo dia e ir encher todas as lajes necessárias para uma boa quantidade de papéis coloridos no fim do mês. Ou de descrever essa absoluta falta de temor de se perder na vida, de se distanciar, pelo simples motivo de se ter para onde voltar. Ou de nunca se sentir distante.
Considero tudo dito e sentido como se fosse um rascunho a lápis, sempre ali a espera de preenchermos com nossos lápis de cor, um quadro para cada momento e um momento prá lá de especial para cada quadro.



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