terça-feira, junho 03, 2008

Pedido de desculpas

O que acontece de verdade é que acho que não estou a fim de escrever. Há dias que nada do que escrevo é algo de que goste, nem prosa, nem poesia, nem muito menos essas coisas aqui. A procura de um verso ou de uma frase que seja, que incendeie a mente de inspiração, tudo que resulta é esse silêncio, essa frieza, esse vazio. Ou talvez dizer algo sobre essa incapacidade de dizer:

Uma noite fria e vazia, andar em silêncio sem ter alguém do lado, uma garoa leve a fazer espelhos de luz na calçada, os pensamentos arredios procurando disfarçar toda a tristeza. Caminhar como quem flutua na cadência da própria respiração. A solidão de passos que não sabem aonde vão. Diante de uma cena com uma paisagem assim, o que se tem para dizer ou é muito pouco ou é quase nada.

Mas tudo é fruto dessa tristeza que dura, que anda a envenenar-me por dentro, bem aos poucos. Mata tudo que tenho e tudo que quero e mata até o que não tenho. E o que ainda poderia vir a ter.
Melhor fechar tudo para um balanço até segunda ordem. A começar por este blog. E a terminar por mim mesmo.

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