O mundo da importância superlativa é o mundo virtual, este mundo dos sites e dos blogs, dos mini blogs, este lugar virtual que é o nosso outdoor, por meio de que eu faço minha propaganda absolutamente desinteressante.
A internet tem a mágica de ser o lugar onde eu posso mais me mostrar me escondendo.
E nunca fomos tão pobres. Nunca fomos tão ridículos. Nunca fomos tão carentes.
Ali, na minha página, eu sou simplesmente o máximo, penso e digo o que quero, trato as pessoas e as questões da maneira que bem entender. Sou implacável, imperturbável, imperdoável. E minto à vontade, porque não há ninguém por perto que me conheça o suficiente para saber que estou mentindo.
Depois de ler isto aqui, você vai verificar suas páginas, irá lá para conferir se não incorre neste erro. Não precisa! Você incorre sim. Mas não está só, pelo menos não nessa imbecilidade. Há uma legião de iguais a você por ai, uns mais iguais, outros menos iguais e alguns até iguais de um jeito diferente. É. Já inventaram isso: um jeito diferente de ser igual.
Cômico isto e já disseram. Eu tenho duzentos e oitenta e sete amigos virtuais. Há alguns deles que eu nuca vi mais gordo. Sim, tem muitos deles que são meus amigos reais que até se parecem com esses virtuais por estas páginas.
Isto é o mundo virtual. Bem vindos à rede. Nome apropriado. Rede que liga e interliga, do tipo estar ligado em rede, eu com cada um e cada um comigo, todos na mesma sintonia. E rede daquelas que captura e arrasta o peixe.
Somos isto mesmo nesta rede. Somos todos peixes.
E não venha justificar as vantagens antes de mostrá-las, se é que pode mostrar: isto é um modo de estarmos conectados com o mundo e o mundo conosco. Modo de estarmos antenados, plugados. Coisa nenhuma, é só um modo de estarmos sós, tão mais sós do que nunca antes pudemos estar, com direito à ilusão de que estou acompanhado de milhares de pessoas...
Bobagem!
E bobagem em rede que eu posso compartilhar e você curtir. Chique!
Nenhum comentário:
Postar um comentário