Aonde foi minha alma a noite inteira, que acordei esta manhã tão cansado como se nem tivesse dormido? Se for verdade que temos alma, e se temos, se é que tenho direito a uma como todos.
Voltava para casa ontem tentando entender a lógica das escadas, aquilo que é uma coisa só, mas que faz você subir ou descer. E, conforme for, no meu caso, descendo as escadas, estou indo ser nada nesse mundo imenso. Subindo, estou de volta ao meu tão pequeno mundo, tão repleto de tudo o que sou, de tudo o que não sou, de tudo que poderia ter sido. Analogia imediata do subir/descer como sair do paraíso e ir ao inferno. E viver muito mais tempo no inferno do que em qualquer outro lugar. A lógica das escadas é igual à lógica dos caminhos. Ir e vir dependentes de escolhas e decisões, deixando-nos tão à mercê dos acasos.
Suspenso. Nos seus mais possíveis sentidos. Que flutua na parte alta de (algo); que se interrompeu temporária ou definitivamente; paralisado, adiado, sustado, cancelado; que tem sentido incompleto. Nenhum nexo causal entre o momento anterior e este, e entre este e o possível próximo. Um outro olhar que me força ver a vida como mera sucessão de acasos.
Se acaso me quiseres, sou tão difícil de esconder. Se acaso me quiseres, sou tão fácil de ser encontrado, nessas escadas, subindo ou descendo, visite meu inferno e, dependendo da hora do dia, poderei ser encontrado numa espécie de paraíso.
Nenhuma carta na caixa de correspondência, o telefone não toca, em volta tanta gente que tanto gosta de mim mas que nada sabe de mim. Eu ouvindo, ouvindo, ouvindo, sem quase nunca poder falar. Eu que sei o que falta naquele lado da cama, do outro lado da mesa, do outro lado de qualquer abraço, do outro lado de meu olhar cansado que busca os olhos da pessoa amada. Eu que sei. Quando falo dessa solidão, mais importância vai ter a dicotomia entre razão e emoção, sempre um ponto de vista e nenhuma vista exatamente naquele ponto.
Vou acordar no meio da noite, tendo perdido completamente o sono. Por um tempo muito mais longo do que possa imaginar. O que me atormenta, não sei. O que me preocupa, talvez a falta de preocupar-me com alguma coisa. Cansado sou tanto morto quanto posso imaginar. Não há nada adiante, nada agora em torno de mim, não há mais nada de tão importante e interessante que vivi há algum tempo atrás. Nada.
Descobri, de repente, o que existe na nossa idéia de inferno e paraíso. Nada.
Voltava para casa ontem tentando entender a lógica das escadas, aquilo que é uma coisa só, mas que faz você subir ou descer. E, conforme for, no meu caso, descendo as escadas, estou indo ser nada nesse mundo imenso. Subindo, estou de volta ao meu tão pequeno mundo, tão repleto de tudo o que sou, de tudo o que não sou, de tudo que poderia ter sido. Analogia imediata do subir/descer como sair do paraíso e ir ao inferno. E viver muito mais tempo no inferno do que em qualquer outro lugar. A lógica das escadas é igual à lógica dos caminhos. Ir e vir dependentes de escolhas e decisões, deixando-nos tão à mercê dos acasos.
Suspenso. Nos seus mais possíveis sentidos. Que flutua na parte alta de (algo); que se interrompeu temporária ou definitivamente; paralisado, adiado, sustado, cancelado; que tem sentido incompleto. Nenhum nexo causal entre o momento anterior e este, e entre este e o possível próximo. Um outro olhar que me força ver a vida como mera sucessão de acasos.
Se acaso me quiseres, sou tão difícil de esconder. Se acaso me quiseres, sou tão fácil de ser encontrado, nessas escadas, subindo ou descendo, visite meu inferno e, dependendo da hora do dia, poderei ser encontrado numa espécie de paraíso.
Nenhuma carta na caixa de correspondência, o telefone não toca, em volta tanta gente que tanto gosta de mim mas que nada sabe de mim. Eu ouvindo, ouvindo, ouvindo, sem quase nunca poder falar. Eu que sei o que falta naquele lado da cama, do outro lado da mesa, do outro lado de qualquer abraço, do outro lado de meu olhar cansado que busca os olhos da pessoa amada. Eu que sei. Quando falo dessa solidão, mais importância vai ter a dicotomia entre razão e emoção, sempre um ponto de vista e nenhuma vista exatamente naquele ponto.
Vou acordar no meio da noite, tendo perdido completamente o sono. Por um tempo muito mais longo do que possa imaginar. O que me atormenta, não sei. O que me preocupa, talvez a falta de preocupar-me com alguma coisa. Cansado sou tanto morto quanto posso imaginar. Não há nada adiante, nada agora em torno de mim, não há mais nada de tão importante e interessante que vivi há algum tempo atrás. Nada.
Descobri, de repente, o que existe na nossa idéia de inferno e paraíso. Nada.