sexta-feira, março 28, 2008

Um grito

A escuridão é o silêncio das imagens. Essa lágrima contida é sempre o silêncio de todas as alegrias. Esses pequenos temores são o silêncio das grandes coragens. Esses suores o silêncio de incompreensíveis inquietações. Essas ilusões são somente a realidade que faz silêncio para nos enganar. Ou para nos encerrar em seus ardis. O vazio nada mais é do que o silêncio das visões. Essa vontade de nada é o silêncio da ação. Fosse todo branco o papel, seria o silêncio da inspiração. Nos labirintos da mente esconde-se o silêncio da imaginação. Pequena dor no peito é só silêncio do coração. Essa indiferença é o silêncio de todas as paixões. As noites insones são o silêncio dos sonhos. Um olhar perdido para todas as distâncias é o silêncio da vontade. Asas recolhidas são o silêncio da liberdade. E tudo assim tão quieto é somente o silêncio da felicidade.
A saudade é o silêncio do amor. A dor é o silêncio do prazer. A morte é o silêncio da criação.
Vivo. Mergulhado nesse líquido. Encerrado nessa bolsa. Primeira força para sair. Primeiro ar dos pulmões: um grito.

2 comentários:

Anônimo disse...

Um grito para quebrar o silêncio, um grito para perguntar "por que tudo parou?"

C@rLoS Ter@d@ disse...

que o poeta quebre o silêncio,que o louco reverta a razão, que entre pelas ruas de tuas veias, uma orquestra com um coral de anjos ropendo o silêncio do seu pensar!